31 de out. de 2011

Música pode afetar sabor do vinho


Tomar vinho enquanto se escuta um determinado tipo de música pode afetar a forma como se percebe o sabor da bebida.

Uma pesquisa realizada por estudiosos da escocesa Heriot Watt University, em Edimburgo, demonstrou que quando uma taça de cabernet foi tomada ao som de música pesada, o vinho foi percebido como “60% mais poderoso, rico e robusto” do que quando tomado no silêncio.

A pesquisa sugere que o vinho do tipo cabernet é “mais afetado” por músicas consideradas pesadas, enquanto o chardonnay teria a sua percepção de sabor modificada com “sons energéticos”. A pesquisa envolveu 250 estudantes na universidade, que receberam uma taça gratuita por sua cooperação.

Cantos de monges

Quatro música diferentes foram tocadas –”Carmina Burana”, de Carl Orff (“poderosa e pesada”), “Valsa das Flores”, de Tchaikovsky (“sutil e refinada”), “Just Can’t Get Enough”, do Nouvelle Vague (“energética e refrescante”) e “Slow Breakdown”, de Michael Brook (“melosa e leve”).

O vinho branco foi percebido como 40% “mais energético e refrescante” quando a música do Nouvelle Vague foi tocada, mas apenas 26% mais “meloso e leve” do que quando saboreado ao som de Michael Brook.

O vinho tinto chegou a sofrer variação de 60% na percepção de seu sabor quando acompanhado por Carmina Burana, a música “poderosa e pesada”.

O professor Adrian North, que liderou o estudo, acredita que a pesquisa poderia levar produtores de vinhos a imprimirem recomendações de músicas nos rótulos de seus vinhos.

A pesquisa foi feita por encomenda do chileno Aurélio Montes, produtor de vinhos. Seus vinhos são produzidos aos sons de cantos de monges. “Foi, portanto, um passo natural me ligar à Heriot Watt para determinar cientificamente o impacto da música no sabor do vinho”, disse Montes.

Fonte: Gisele Gimenes / jornal Folha de São Paulo / maio 2008

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